domingo, 7 de setembro de 2008

a invisibilidade de deus

raras as noites de delfos
se entrasses no campo de alpedrinha
a mãe suada ser-te-ia presente
fecunda
quase o oásis do olhar
eugénio comia as laranjas enquanto pensava nos campos de alpedrinha
os pijamas também morrem com o poeta

segunda-feira, 21 de julho de 2008

se

raras as noites presentes
admiras o irreal
os frutos da tua foz
e aí vemos que o pijama não é deles
vou sempre pensei vou
vou irei
fui

quarta-feira, 9 de julho de 2008

eugénio

na noite te devoro Lorca de sangue
de Granada
se vires o futuro isto é a mãe da campina
rasurás a tua mão
senti-a na madrugada
de Setenta na falda de Torga
o poeta fazia amor no feno
Gabriela amava Espichel
eu seria o sol do Futuro
se o Futuro acontecesse

terça-feira, 1 de julho de 2008

no som dos dias

a alvorada prenhe
rasura o canto da noite
se cantássemos a morte de Lorca
beberíamos o sangue de Granada
foi nestes pensamentos que Pessoa morreu no bairro
o alvor do novo tempo transfigura os corpos
regressemos a Lorca
ao seu sangue
perene
tingido de luz
na tarde de todos os sóis

terça-feira, 17 de junho de 2008

rasto

permanece
a vítima
de delfos
de lorca
de granada
os tempos corriam imemoriais no delta ausente
as mãos de mozart amarão maiorca
o amor rasa as laranjas
em valdemossa percorremos os ardores de chopin
reerguemos os pinhais
o esteves sorriu para a metafísica que era nada
em espichel
llansol habitou o luar
a avó sorvia o perfume da madrugada de setenta
húmida alvorada incrustada na infância feliz
não tenhamos medo da corrente das palavras
torrencial
efémera